
O ano de 2010 entra no nosso calendário nos proporcionando importantes acontecimentos musicais na cena Hip-Hop, muitos artistas preparam novos CDs e videoclipes. Selos independentes de diversos estilos trabalham para definir o que será o Rap nestes 12 meses. O CHH apresenta aprimeira parte de uma entrevista exclusiva com Arnaldo Tifu, mais um artista do selo Pau-de-dá-em-Doido. Tifu está lançando seu primeiro disco solo “A Rima Não Para”, produzido por DJ Nato PK e masterizado por Vander Carneiro, profissional que fez história no Rap brasileiro.
Central Hip-Hop (CHH): Arnaldo o disco “A Rima Não Para”, seu primeiro trabalho solo, certamente é a realização de um sonho. Mas diga com suas próprias palavras, como você vê seu disco materializado? O que está além da música e da capa?
Tifu: Além da musica e da capa nesse disco, cada musica que eu escrevo é uma vida, uma não, milhares de vidas e milhares de sentimentos, mas ver o disco como a própria pergunta já fala é um sonho mesmo. Um sonho que desde criança, com 11 anos, quando eu comecei a rimar e não tinha a pretensão que tenho hoje dentro do Hip-Hop, não só como artista, como militante. Ta ligado? Da cultura Hip-Hop. Quando eu comecei a fazer o disco no final de 2004, conversei com o Enéias ele falou assim: - Não, vamos fazer um disco, vamos fazer o disco, se é isso que você quer. E eu falei, vamos fazer! Eu já tinha alguns Raps escritos e ele me falou: - Se dedica! E eu comecei a fazer o disco e pensei na parte artística, já pensava num monte de coisa, produção, a capa, como seria, eu imaginava ali e os anos foram passando, eu fui compondo mais coisas, conhecendo gente nova, aí eu pensei - realmente são vidas que estão aqui, em cada faixa, são 19 faixas e cada faixa é um sentimento diferente é um dia diferente que você passa assim e poderia passar despercebido, mas está aqui dentro!

E é além, o disco vai além do “falar de mim”, é um disco que sai de mim, mas ele não fala de mim, ele fala dos meus, do cotidiano das pessoas, é algo que na minha filosofia, na minha concepção, é maior do que eu falar de mim, dos meus roles, dos meus amigos. Certo? Eu falo dos meus, do meu povo, da minha gente, das felicidades da minha gente, dos amores da minha gente, do sofrimento da minha gente, então eu acho que é maior e é isso que é o coletivo né? E aí o disco reflete muito isso, o titulo “A Rima Não Para” é exatamente por causa disso, porque a rima é uma maneira figurativa de você falar, sentimentos e pessoas então assim, a rima não para, é quando alguém me encontrava na rua e fala assim: E aê Tifu e as oficinas de rimas? – Ta lá a rima não para, vai lá!. E o Rap e aê parou? – Não! Um dia eu posso parar, mas o Rap continua, a rima não para!
São continuações da ancestralidade e essa coisa, então o disco instiga a sonhar mais um pouco, e além de sonhar, tem uma parte da música “Meu Rap é Assim” e que eu uso também no encarte é “Melhor do que sonhar é presenciar realizações” instiga os meus, o ser humano a buscar... Sabe? Tipo: Pô agora é minha hora, eu posso buscar, então eu vou buscar meu sonho, por que eu vim lá das ruas de terra, e hoje só mudou que as ruas são de asfalto, e as casas ao invés de ser de madeira é de alvenaria, mas o sentimento do povo que mora lá é o mesmo sentimento, igual lá na minha quebrada tem varias espalhadas, pelo Brasil e pelo mundo, acho que o disco ele é isso.
CHH: Quem produziu e quem participa do disco?
São continuações da ancestralidade e essa coisa, então o disco instiga a sonhar mais um pouco, e além de sonhar, tem uma parte da música “Meu Rap é Assim” e que eu uso também no encarte é “Melhor do que sonhar é presenciar realizações” instiga os meus, o ser humano a buscar... Sabe? Tipo: Pô agora é minha hora, eu posso buscar, então eu vou buscar meu sonho, por que eu vim lá das ruas de terra, e hoje só mudou que as ruas são de asfalto, e as casas ao invés de ser de madeira é de alvenaria, mas o sentimento do povo que mora lá é o mesmo sentimento, igual lá na minha quebrada tem varias espalhadas, pelo Brasil e pelo mundo, acho que o disco ele é isso.
CHH: Quem produziu e quem participa do disco?
Tifu: A produção do disco, ou a maioria das bases foram produzidas pelo DJ Nato PK, exceto “Sei quem Soul”, que é uma produção do Sagat, “Quero” é uma produção do Silveira. Teve músicos convidados, Filiph Neo e Sorry na bateria, foi um presente que o Silveira me deu, ele participa cantando também, e na verdade essa música não era pra sair no meu álbum, é uma parceria que fiz com o Silveira pra um trampo dele, aí eu pedi e ele cedeu para o meu álbum, achei que deu uma cara nova pro disco, por que ela é diferente, é mais R&B deu uma pegada mais na moral. E a “Filosofia Cartola (Zica Memo)”, feita por um menino bom e novo que ta chegando o Heron A.K.A Zica Memo. Foi a última base, a última antes de fazer a introdução, eu disse: Quero uma musica sua no meu disco! E ele disse – Ouve isso aqui! A gente tava num evento na rua e eu ouvi e disse, mano é isso memo! E a “Leva” é produção do Bruno Cabrero, mas a maioria da produção foi o Dj Nato Pk.
Sobre as participações, o Bruno canta numa faixa, o Sagat também, Dj Nato PK nos riscos, DJ RM, DJ Erick Jay, Dj Spaiq, Enézimo, Stefanie, na faixa “Fofoqueira”, Preto R, Dantas, vários amigos, André Guilherme, meu irmão de 8 anos, participa numa música que eu falo sobre criança que é a “Tra-Lá-Lá”. Paola Evangelista, dividiu o vocal comigo, é a “De Amor”. Emicida participa na “Meu Rap é Assim”, junto com Carlus Avonts, e ai tem os riscos de DJ RM. Neném da Percussão tocou num samba que a gente fez, “Verdadeiro Malandro”, Murilo Mendes, meu primo, tocou cordas, cavaco e violão.
CHH: Seu disco foi masterizado pelo renomado Vander Carneiro, como foi trabalhar com um mestre da produção musical?
Sobre as participações, o Bruno canta numa faixa, o Sagat também, Dj Nato PK nos riscos, DJ RM, DJ Erick Jay, Dj Spaiq, Enézimo, Stefanie, na faixa “Fofoqueira”, Preto R, Dantas, vários amigos, André Guilherme, meu irmão de 8 anos, participa numa música que eu falo sobre criança que é a “Tra-Lá-Lá”. Paola Evangelista, dividiu o vocal comigo, é a “De Amor”. Emicida participa na “Meu Rap é Assim”, junto com Carlus Avonts, e ai tem os riscos de DJ RM. Neném da Percussão tocou num samba que a gente fez, “Verdadeiro Malandro”, Murilo Mendes, meu primo, tocou cordas, cavaco e violão.
CHH: Seu disco foi masterizado pelo renomado Vander Carneiro, como foi trabalhar com um mestre da produção musical?
Tifu: Na verdade eu gosto de trampar assim, gosto de deixar as pessoas livres pra fazer a parte delas, não gosto de ficar dando pitacos quando eu não gosto eu falo, não gostei disso! E dificilmente eu não gosto de coisas que são feitas por profissionais como o Vander. Eu não tive a oportunidade de ir masterizar o disco junto com o Enézimo e o Diamantee, que trabalharam na mixagem do disco, porque eu estava na correria da capa junto com o Denis, com o Chinês. O Enéias falou assim: meu, a gente tem que masterizar o disco com o Vander por esses fatores, exatamente porque o cara é um mestre mesmo, é profissional quando trabalha com a música Rap, mas também, se você buscar historicamente tudo que o cara fez, foram bons artistas trabalharam com ele. As referências dele são boas. E pelo que o pessoal falou dele, eu não o conheci pessoalmente, é um cara que tem paciência, ensina, dá umas dicas, passa algumas coisas, e isso é raro a gente ver, ele não guarda o conhecimento, pra ele. É uma coisa que converso sempre com um amigo meu que é skatista, o Preto, ele fala assim: Meu o que a gente tem que deixar nessa terra é isso memo, é deixar um legado, a gente tem que deixar o nosso legado, é deixar a mensagem, eu ando de skate eu deixo meu legado, você faz seu Rap você tem que construir seu legado. E eu até escrevi isso numa musica que é a “Celebração” que eu falo sobre amigos: “Se organizar pra construir um legado”, então a gente está se organizando pra deixar um legado. Porque eu acredito que o Hip-Hop vai além do registro fonográfico, e isso é importantíssimo, é uma obra, vai ficar ai pra vida inteira, mas se a gente não construir um legado, a gente vai ouvir falarem que o Hip-Hop está morrendo... Blá, blá, blá... Porque nunca vai morrer, por que quem faz o Hip-Hop somos nós, nós estamos vivos e estamos fazendo.

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